Todos os dias, uma infinidade de átomos de Nitrogênio, o sétimo elemento da Tabela Periódica, representado pela letra ‘N’ e com uma massa atômica de 14u, circula em um ciclo de biodisponibilização que sustenta a vida como a conhecemos.
Desde o crescimento das plantas e a formação do nosso DNA até a utilização em combustíveis e em veículos de alta performance, o Nitrogênio é, sem dúvida, um dos elementos mais versáteis conhecidos pela ciência.
Embora seja essencial para a manutenção da vida, o Nitrogênio pode, em certas circunstâncias, apresentar um comportamento dual, tornando-se potencialmente letal em casos de intoxicação decorrentes da ingestão de alimentos ou água contaminados.
Extremamente abundante, mas ao mesmo tempo com baixa disponibilidade, venha explorar os usos e a história fascinante do elemento Nitrogênio.
Abundância e Estrutura do Nitrogênio
O Nitrogênio é o quinto elemento mais abundante no Universo e compõe, em volume, 78% da nossa atmosfera. No ar, ele existe na forma de N2, onde duas moléculas do elemento se unem por uma ligação tripla extremamente resistente. É um gás que não possui cor, odor e que não é tóxico.
A descoberta do Nitrogênio ocorreu em meados de 1760, graças aos cientistas Henry Cavendish e Joseph Priestley, que o identificaram após a queima do Oxigênio. No entanto, na época, eles não reconheceram o gás como um novo elemento, pois acreditavam que era apenas um subproduto.
A descrição do Nitrogênio foi reavaliada por Daniel Rutherford em 1772, que conseguiu isolar o elemento. O nome “Nitrogênio” foi proposto por Jean-Antoine Claude Chaptal em 1790, derivado das palavras gregas ‘nitron’ e ‘gene’, que significa algo como "produtor de salitre". Sim, o mesmo sal que muitos conhecem e, provavelmente, não apreciam.
O Papel do Nitrogênio na Natureza
Com o passar dos anos, os cientistas começaram a investigar onde e em quais combinações o Nitrogênio se apresentava na natureza. Eles descobriram que esse elemento está presente em grande parte do universo, desempenhando papéis cruciais. No que diz respeito ao DNA e ao RNA, por exemplo, toda a cadeia é formada por bases nitrogenadas: Guanina, Adenina, Uracila, Timina e Citosina.
Como o corpo humano não produz Nitrogênio, é necessário obtê-lo por meio da alimentação para manter todas as estruturas e funções celulares em pleno funcionamento. No entanto, o sétimo elemento não é tão facilmente biodisponível quanto parece. Sua forma gasosa N2 não pode ser metabolizada pelas plantas, que são a principal fonte de Nitrogênio para animais e seres humanos.
O Ciclo do Nitrogênio
Para que o Nitrogênio possa ser utilizado, ele deve passar por um processo de transformação, que dá início ao que conhecemos como Ciclo do Nitrogênio. Este ciclo inclui várias etapas, sendo a primeira a Fixação do Nitrogênio. Nesse processo, bactérias especializadas, que habitam as raízes das plantas, capturam e convertem o N2 em uma forma biodisponível, por meio da ligação da molécula de Nitrogênio com Hidrogênio, resultando na formação de amônia. Esta amônia é essencial para o crescimento e fortalecimento das plantas.
Não por acaso, a indústria agrícola aprendeu a replicar esse efeito de forma artificial para a produção de fertilizantes à base de Nitrogênio, garantindo uma maior eficiência nas lavouras. Esse processo artificial é conhecido como Síntese Harber-Bosch.
Assim, o Nitrogênio, com suas propriedades únicas e sua importância vital, continua a desempenhar um papel fundamental na vida na Terra, revelando a complexidade e a beleza dos ciclos naturais que sustentam nosso planeta.