Um caso inusitado de saúde chamou a atenção da comunidade médica após uma adolescente de 16 anos sofrer um colapso pulmonar leve, resultado de gritar excessivamente durante um show da famosa boy band One Direction. O incidente, que ocorreu em 2017 no Texas, Estados Unidos, foi relembrado pelo Live Science nesta quarta-feira, 12 de outubro de 2023.
A jovem se sentiu mal no dia seguinte ao concerto, apresentando sintomas que a levaram ao hospital. Embora não tivesse tosse, dor de garganta ou dor no peito, e não apresentasse doenças pulmonares pré-existentes, ela possuía um histórico de diabetes tipo 1. Durante a avaliação médica, os profissionais notaram um som anômalo ao pressionar a pele próxima ao pescoço e ao peito da paciente, descrito como estalos.
Esse som peculiar, denominado crepitação pulmonar, era causado pela presença de bolhas de ar que escapavam dos pulmões e se acumulavam sob a pele. As bolhas estavam localizadas atrás da garganta, entre os pulmões e o peito, e ao redor do coração, conforme evidenciado por um raio-X realizado pela equipe médica, que auxiliou no diagnóstico.
De acordo com os médicos, a intensidade dos gritos da fã durante o show pode ter provocado o colapso pulmonar leve, permitindo que o ar escapasse para os tecidos fora dos pulmões. Essa hipótese foi levantada uma vez que a tomografia computadorizada não revelou rupturas físicas no trato respiratório que explicassem a formação das bolhas.
Em um estudo publicado no mesmo ano do incidente, especialistas destacaram que esse tipo de situação era inédito na literatura médica. A paciente desenvolveu simultaneamente três condições raras: pneumotórax (ar escapando para o tórax), pneumomediastino (ar acumulado ao redor do coração) e pneumoretrofaringo (ar ao redor da garganta).
Embora existam poucos relatos de casos de pneumomediastino desencadeados por gritos prolongados, nenhum outro caso documentou as outras duas condições ocorrendo simultaneamente. Quando analisados separadamente, esses quadros de saúde costumam afetar indivíduos com histórico de problemas pulmonares, frequentemente associados a infecções respiratórias, asma, ou situações de esforço intenso, como levantamento de peso e pilotagem de jatos militares. Os médicos, então, sugeriram incluir “gritos altos durante shows de música pop” na lista das causas que podem levar ao desenvolvimento dessas condições.
Após o diagnóstico, a fã precisou ser internada para observação e recebeu oxigênio a 100% por meio de uma máscara. Ela foi liberada do hospital quando uma radiografia do tórax revelou que sua condição havia se estabilizado. Desde então, não houve mais acompanhamento médico registrado.
