A missão da NASA que trouxe amostras do asteroide Bennu para a Terra em setembro de 2023 está causando grande repercussão na comunidade científica. Novas análises realizadas no material coletado indicam a presença de ingredientes essenciais para a criação da vida, conforme divulgado em estudos publicados nas revistas Nature e Nature Astronomy na última quarta-feira, dia 29.
Os resultados das pesquisas mostram que a rocha espacial contém uma variedade impressionante de aminoácidos, incluindo 14 dos 20 tipos que a vida na Terra utiliza para a produção de proteínas. Além disso, foram identificadas nucleobases fundamentais que compõem o DNA, especificamente a adenina, guanina, citosina e timina.
Os cientistas também descobriram grandes quantidades de sais e minerais, o que sugere que o asteroide Bennu já pode ter tido água em sua superfície, além da presença de amônia, um componente crucial para as reações bioquímicas que sustentam a vida. Embora alguns desses elementos tenham sido detectados em fragmentos de outros corpos celestes que caíram na Terra, a composição completa encontrada em Bennu é única.
A missão OSIRIS-REx da NASA já está reescrevendo o livro didático sobre o que entendemos sobre os primórdios do nosso Sistema Solar. Os asteroides fornecem uma cápsula do tempo para a história do nosso planeta natal, e as amostras de Bennu são essenciais para a nossa compreensão de quais ingredientes em nosso sistema solar existiam antes do início da vida na Terra.Essa declaração foi feita por Nicky Fox, administrador da agência espacial americana, em um comunicado oficial.
As descobertas mais recentes reforçam a teoria de que as condições necessárias para o surgimento da vida estavam amplamente disseminadas pelo Sistema Solar primitivo. Os autores da pesquisa acreditam que as evidências encontradas aumentam as chances de que a vida possa ter se formado em outros planetas e luas além da Terra.
No entanto, os cientistas ainda não conseguem explicar por que até o momento a vida fora da Terra não foi identificada. Para responder a essa questão, será necessário realizar uma pesquisa mais aprofundada da poeira coletada no asteroide, um processo que pode levar décadas para ser concluído. Ao mesmo tempo, é fundamental avançar nos projetos de exploração espacial, com missões voltadas para os planetas que possuem maior potencial para abrigar vida.