A preocupação com asteroides e seu potencial de causar catástrofes na Terra é um tema que fascina e assusta a humanidade. Desde a extinção dos dinossauros, há 66 milhões de anos, até os dramas retratados em filmes de ficção, a possibilidade de um impacto asteroidal nunca deixa de gerar apreensão. Neste contexto, o asteroide denominado 2024 YR4 ganhou destaque, após ser detectado em dezembro de 2024, e atualmente apresenta uma chance de 2,2% de colidir com nosso planeta no dia 22 de dezembro de 2032, de acordo com o último relatório da Agência Espacial Europeia (ESA).
Com dimensões variando entre 40 e 90 metros de comprimento, o 2024 YR4 foi inicialmente observado em 27 de dezembro por meio do telescópio Atlas (sigla em inglês para Asteroid Terrestrial-impact Last Alert System), localizado em Rio Hurtado, Chile. O telescópio faz parte de um projeto da NASA voltado ao monitoramento de asteroides próximos à Terra, conforme explicou o engenheiro de navegação do Jet Propulsion Laboratory (JPL) e do Center for Near Earth Object Studies (CNEOS), Davide Farnocchia.
Após sua descoberta, o 2024 YR4 passou por uma série de avaliações que indicaram inicialmente uma probabilidade de 1,3% de impacto em 2032. No dia 1º de fevereiro, essa probabilidade aumentou para 1,7%, antes de oscilar para 1,4% no dia seguinte. Em 6 de fevereiro, as chances quase dobraram, alcançando 2,3%, mas logo recuaram para 2,2% no dia 7, conforme novos dados foram analisados.
"É verdade que a probabilidade de impacto dobrou recentemente, mas isso não significa que continuará assim", afirma Davide Farnocchia.Essas flutuações nas estimativas de risco são comuns para asteroides que são recém-descobertos. Os especialistas preveem que a probabilidade de impacto pode variar ainda mais conforme novas informações são obtidas. Historicamente, muitos asteroides conhecidos, como o Apófis, que foi considerado o “Asteroide do Juízo Final” até ser reavaliado em 2021, mostram que as primeiras estimativas de risco podem ser superestimadas.
No momento, duas organizações estão focadas em fornecer cálculos mais precisos sobre a trajetória do 2024 YR4 à medida que ele se afasta da Terra: o CNEOS da NASA e o Centro de Coordenação de Objetos Próximos à Terra da ESA. “O que importa é que a probabilidade de impacto é muito pequena e que provavelmente cairá para zero à medida que continuamos observando o 2024 YR4”, afirmou Farnocchia.
A detecção de asteroides potencialmente perigosos envolve um trabalho meticuloso de astronomia, onde os chamados "cartógrafos do espaço" operam telescópios e definem áreas do céu para observação. Quando um objeto potencialmente perigoso é identificado, eles podem sinalizar essa descoberta para garantir que a comunidade científica permaneça atenta.
Portanto, enquanto o 2024 YR4 continua a ser monitorado, a mensagem dos especialistas é clara: a probabilidade de um impacto catastrófico é baixa e, com o tempo, espera-se que essa incerteza diminua ainda mais.