No início de janeiro, uma descoberta intrigante foi anunciada pelo Centro de Planetas Menores da União Astronômica Internacional (IAU). Um objeto identificado como 2018 CN41 foi classificado inicialmente como um novo asteroide. No entanto, no dia seguinte, a IAU fez uma correção surpreendente: o que se pensava ser uma rocha espacial era, na verdade, o Tesla Roadster de Elon Musk, que foi lançado ao espaço em 2018 pelo foguete Falcon Heavy da SpaceX.
O objeto foi nomeado 2018 CN41 em referência ao ano e mês em que foi detectado por telescópios. De acordo com a IAU, sua órbita era excêntrica, levando-o para dentro da órbita da Lua, a uma distância inferior a 240 mil quilômetros da Terra. Com isso, o 2018 CN41 foi classificado como um “objeto próximo da Terra”.
Na correção divulgada no dia seguinte, o Centro confirmou a verdadeira identidade do objeto. "A designação 2018 CN41, anunciada no MPEC 2025-A38 em 2 de janeiro de 2025, será deletada", informaram. O comunicado subsequente esclareceu que os dados observacionais haviam confirmado que a órbita correspondia ao objeto artificial 2018-017A, que é o estágio superior do Falcon Heavy carregando o Roadster.
O lançamento do Tesla Roadster ocorreu em fevereiro de 2018, durante o primeiro voo de demonstração do Falcon Heavy. Atualmente, o veículo se encontra em uma órbita que cruza as trajetórias da Terra e de Marte, apresentando uma chance de 22% de colidir com a Terra em um período de milhões de anos.
Os astrônomos estimam que o Roadster deve se aproximar da Terra em 2047, passando a cerca de 5 milhões de quilômetros do nosso planeta. No entanto, prever sua trajetória além de 100 anos é desafiador, uma vez que as interações gravitacionais com os planetas do Sistema Solar dificultam a precisão nas previsões orbitais.
“A natureza dinâmica do Sistema Solar torna extremamente complexa a previsão de longos períodos para objetos como o Roadster”, comentaram os especialistas.
Essa curiosa confusão entre um carro esportivo e um asteroide levanta questões fascinantes sobre a exploração espacial e o impacto que objetos artificiais podem ter nas futuras dinâmicas do nosso sistema planetário.