Cientistas Revelam Mecanismo Cerebral que Auxilia na Superação do Medo

Cientistas Revelam Mecanismo Cerebral que Auxilia na Superação do Medo

Cientistas do Reino Unido fizeram uma descoberta significativa sobre os mecanismos cerebrais que permitem que os animais superem medos instintivos. A pesquisa, desenvolvida por uma equipe do Sainsbury Wellcome Centre, foi publicada na renomada revista científica Science no início deste mês.

O estudo foi realizado com camundongos e tem como objetivo principal desenvolver terapias para transtornos relacionados ao medo, como fobias, ansiedade e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). Durante a pesquisa, os camundongos foram expostos a uma sombra que simulava um predador voador se aproximando, levando-os a buscar abrigo ao perceber essa ameaça visual.

No entanto, com a repetição desse evento e a ausência de um perigo real, os camundongos aprenderam a permanecer calmos em vez de fugir. Essa adaptação permitiu que os pesquisadores mapeassem como o cérebro consegue suprimir respostas a ameaças que, após um tempo, se mostram inofensivas.

A equipe, já familiarizada com estudos anteriores, identificou que uma área específica do cérebro, conhecida como núcleo geniculado ventrolateral (vLGN), desempenha um papel crucial na supressão das reações de medo quando ativada. Além disso, essa região é responsável por rastrear experiências passadas de ameaça.

O experimento realizado pela equipe revelou dois componentes principais que são essenciais para o processo de aprendizagem:

  • Identificação das regiões específicas do córtex visual que são fundamentais para a aprendizagem.
  • O papel do núcleo geniculado ventrolateral (vLGN) na retenção das memórias induzidas pela aprendizagem.
"Os humanos nascem com reações instintivas de medo, como respostas a ruídos altos ou objetos que se aproximam rapidamente. No entanto, podemos anular essas respostas instintivas por meio da experiência – como crianças aprendendo a gostar de fogos de artifício em vez de temer seus estrondos altos. Queríamos entender os mecanismos cerebrais que fundamentam essas formas de aprendizado",

afirmou

Sara Mederos

, uma das líderes da pesquisa, em um comunicado à imprensa.

Essas descobertas têm o potencial de abrir novos caminhos para o tratamento de transtornos relacionados ao medo, oferecendo esperança para aqueles que lutam contra fobias e condições de ansiedade. A pesquisa destaca a complexidade do aprendizado e da adaptação do cérebro diante de estímulos que, inicialmente, parecem ameaçadores, mas que podem ser reinterpretados com a experiência.