Pela primeira vez, uma equipe internacional de cientistas conseguiu simular a formação e evolução das estrelas super magnéticas mais pesadas do universo. Essas estrelas, conhecidas como magnetares—uma combinação das palavras "magnético" e "estelar"—são uma classe especial de estrelas com os campos magnéticos mais intensos já observados, sendo também classificadas como estrelas de nêutrons.
O estudo, que foi publicado recentemente na prestigiada revista científica Nature Astronomy, concentra-se nos momentos iniciais após a explosão de uma supernova, que é o evento que leva à formação de um magnetar. A pesquisa é resultado da colaboração entre especialistas das Universidades de Newcastle e Leeds, que se dedicam ao estudo da evolução das estrelas de nêutrons.
A equipe foi capaz de criar a primeira simulação numérica da evolução de uma estrela de nêutrons, levando em consideração um campo magnético complexo em sua fase inicial, em uma escala temporal de um milhão de anos. Essa abordagem inovadora permitiu uma compreensão mais profunda de como essas estrelas extremamente densas e poderosas se formam.
Como se Forma um Magnetar
As estrelas de nêutrons são consideradas os objetos mais densos do universo, superando em peso apenas os buracos negros. Para se ter uma ideia da sua densidade, uma colher de chá da matéria que compõe uma estrela de nêutron pesa cerca de um bilhão de toneladas, o que equivale a aproximadamente 100.000 Torres Eiffel.
Essas estrelas se formam a partir do colapso do núcleo de estrelas que possuem uma massa pelo menos oito vezes maior do que a do Sol. Durante esse colapso, a força da gravidade provoca uma explosão estelar, conhecida como supernova, onde as camadas externas da estrela são ejetadas, enquanto o núcleo se compacta de maneira extremamente violenta, resultando na formação dos magnetares.
“Nosso estudo revela os primeiros passos na formação dessas estrelas super magnéticas, um fenômeno que ainda não compreendemos completamente”, afirmam os pesquisadores.
Este avanço na compreensão dos magnetares não apenas expande o conhecimento sobre a vida e morte das estrelas, mas também abre novas possibilidades de pesquisa sobre os mistérios do universo.
Fonte: Nature Astronomy