A agência Copernicus, vinculada à União Europeia e responsável pelo monitoramento das mudanças climáticas, revelou que fevereiro registrou um mínimo histórico de gelo marinho para este mês, superando os valores já baixos observados em 2023. Esse dado alarmante representa uma diminuição de aproximadamente 8% em relação à média, marcando o terceiro mês consecutivo em que se observa um recorde negativo nesse aspecto.
Na região da Antártica, a situação é igualmente preocupante, pois a extensão do gelo marinho atingiu a quarta menor medida para fevereiro, com uma redução de 26% em comparação à média histórica. É possível que, ao final do mês, os dados confirmem a ocorrência do segundo menor nível de gelo já documentado através de imagens de satélite, embora essa informação ainda precise de validação.
Temperaturas em Ascensão
Conforme informações da Copernicus, no Ártico — região do Polo Norte —, as temperaturas atingiram impressionantes 11 ºC acima da média. No dia 7 de fevereiro, a cobertura de gelo nos oceanos flutuantes chegou a 16,04 milhões de km², estabelecendo um novo recorde para o mês. Essa situação é alarmante, uma vez que o gelo e a neve desempenham um papel crucial na reflexão da luz solar. Quando são substituídos pela água, que possui um tom azul-escuro, há uma absorção maior de energia solar, resultando no aquecimento adicional dos mares.
Tradicionalmente, março é o mês em que o Ártico atinge sua máxima anual de cobertura de gelo, coincidindo com o inverno na região. Contudo, desde dezembro, têm sido observadas mínimas mensais recordes, ficando a cobertura gelada cerca de 8% abaixo da média. As temperaturas elevadas representam uma preocupação crescente para os especialistas em mudanças climáticas, uma vez que esse aquecimento é uma tendência global.
Um Planeta em Aquecimento
No último mês, a temperatura média global foi 1,59 ºC mais alta do que os níveis pré-industriais, com o trimestre de dezembro a fevereiro sendo considerado o segundo mais quente já registrado. Enquanto algumas regiões, como o leste europeu, o leste asiático e partes da América do Norte, apresentaram temperaturas abaixo da média, áreas do sudoeste dos Estados Unidos, do México, do norte da Argentina, do Chile e do oeste australiano experimentaram um aumento significativo nas temperaturas.
O fenômeno climático conhecido como La Niña, que geralmente está associado ao resfriamento das águas oceânicas e esperava-se que atenuasse o aquecimento global, não teve o efeito esperado. De acordo com a Organização Meteorológica Mundial, o fenômeno está mais fraco do que o normal e deve se dissipar em breve. No Círculo Polar Ártico, as temperaturas de fevereiro foram registradas em 4 ºC acima da média do período entre 1991 e 2020.
“Estamos enfrentando um cenário preocupante e precisamos agir rapidamente para mitigar os impactos das mudanças climáticas”, alertam os especialistas.
As informações apresentadas pela Copernicus e pela Organização Meteorológica Mundial evidenciam a urgência de ações efetivas para combater o aquecimento global e suas consequências drásticas.