Descubra o 'unicórnio da Sibéria', o ancestral que pode ter dado origem a contos de fadas

Descubra o 'unicórnio da Sibéria', o ancestral que pode ter dado origem a contos de fadas

Há aproximadamente 39 mil anos, um fascinante rinoceronte gigante habitava a Terra, conhecido como o unicórnio da Sibéria. Este animal pré-histórico, que possuía um longo chifre na ponta do nariz, é considerado uma possível inspiração para a figura do unicórnio que permeia os contos de fadas.

O Elasmotherium sibiricum, nome científico do unicórnio siberiano, percorria as pradarias da Eurásia, uma vasta área que abrange os continentes europeu e asiático. Apesar de sua aparência impressionante, essa espécie acabou extinta devido a seus hábitos alimentares bastante específicos.

Novas evidências científicas indicam que o unicórnio da Sibéria pode ter desaparecido há cerca de 39 mil anos, desafiando a crença anterior de que essa extinção havia ocorrido há mais de 100 mil anos. Isso sugere que esses animais coexistiram com os neandertais e os humanos modernos.

Estudos apontam que a aparência peculiar do Elasmotherium pode ter dado origem ao mito do unicórnio, que é frequentemente descrito como um cavalo mágico, geralmente branco, com um chifre espiralado na testa. Entretanto, outras teorias sugerem que a figura mitológica também poderia ter se originado de animais como o narval, uma baleia que apresenta um dente canino retorcido que se assemelha a um chifre.

Origem e Habitat

A subfamília Elasmotheriinae separou-se da família Rhinocerotidae, que inclui os rinocerontes modernos, há cerca de 43 milhões de anos, dando origem ao Elasmotherium sibiricum. Este rinoceronte, que se aproximava do tamanho de um elefante, habitava uma vasta região que se estendia da Ucrânia ao Cazaquistão e à Sibéria.

Apesar de seu tamanho considerável, acredita-se que esses animais tinham uma surpreendente capacidade de locomoção, permitindo-lhes escapar de predadores.

Hábitos Alimentares e Extinção

A dieta do unicórnio da Sibéria era predominantemente composta por grama seca, como evidenciado por seus molares planos e pela ausência de dentes frontais. A mudança climática durante a última Era Glacial tornou a adaptação alimentar extremamente difícil para essa espécie, que estava adaptada a uma dieta específica. Pesquisadores destacaram que “mudar de uma dieta baseada em capim provou ser muito difícil para o unicórnio da Sibéria, com seus dentes especiais, dobrados e resistentes ao desgaste, e uma cabeça baixa, bem na altura da grama”.

Os cientistas acreditam que o último representante do Elasmotherium sibiricum tenha desaparecido há cerca de 39 mil anos. É interessante notar que essa espécie não estava sozinha; outras variantes, como o E. primigenium, o E. chaprovicum (descoberto na região do Cáucaso) e o E. caucasicum (possivelmente ainda maior que o unicórnio da Sibéria), também foram identificadas.

Essas diversas espécies podem ter enfrentado a extinção simultaneamente, enquanto a família Rhinocerotidae sobreviveu, dando origem às espécies de rinocerontes que conhecemos hoje. Assim, estudiosos acreditam que a extinção do unicórnio da Sibéria é um lembrete da fragilidade das espécies diante das mudanças ambientais.