Especialistas alertam sobre risco de disseminação de doença misteriosa no Congo

Especialistas alertam sobre risco de disseminação de doença misteriosa no Congo

Na última quarta-feira, dia 26, especialistas expressaram sua preocupação em relação a uma doença misteriosa que está afetando a população do Congo. Um relatório recente da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou que, até o momento, 53 pessoas perderam a vida e outras 431 podem estar infectadas.

Risco de propagação internacional

A situação está sendo investigada e o temor é que essa doença desconhecida possa se espalhar para outros países, especialmente devido à natureza desconhecida do patógeno e à precariedade da infraestrutura de saúde na região.

A Dra. Amanda Rojek, pesquisadora do Instituto de Ciências Pandêmicas da Universidade de Oxford, destacou que a origem exata do surto ainda não foi identificada. Segundo ela, "frequentemente vemos situações em que pode haver uma mistura de doenças mais comuns contribuindo para os números de casos".

Apesar das incertezas, a especialista ressaltou que os testes para Ebola e Marburg resultaram negativos, excluindo dois dos vírus mais letais conhecidos até o momento.

A gravidade do surto

Enquanto isso, a Dra. Zania Stamataki, professora de imunologia viral na Universidade de Birmingham, fez um alerta sobre a gravidade do surto, mencionando que "o tempo do início dos sintomas até a morte é de apenas 48 horas, o que é muito alarmante". Ela também enfatizou que "as infecções não conhecem fronteiras", sugerindo a necessidade de um monitoramento rigoroso da evolução dos casos para evitar uma disseminação internacional.

Possível origem e modos de transmissão

O surto teve início com três crianças que adoeceram após consumir carne de morcego, levantando suspeitas sobre uma infecção de origem zoonótica. A Dra. Stamataki explicou que "os morcegos carregam muitos vírus que já infectaram humanos e causaram doenças graves".

No entanto, a especialista também alertou que, em fases iniciais de surtos, "rumores são frequentemente abundantes" e que todas as informações precisam ser cuidadosamente verificadas antes de se tirar conclusões definitivas.

O Dr. Michael Head, pesquisador da Universidade de Southampton, destacou que, embora os testes realizados não sejam 100% precisos, a identificação do patógeno responsável pode levar tempo. Ele também enfatizou que a infraestrutura de saúde precária no Congo pode dificultar a contenção do surto.

Medidas de contenção e prognóstico

As autoridades de saúde locais estão implementando medidas de contenção, como o isolamento de pacientes e a interrupção de viagens nas regiões afetadas. A Dra. Stamataki afirmou que "a melhor maneira de conter o surto é isolar os pacientes e interromper as viagens nas áreas afetadas". Entretanto, o tempo de incubação da doença permanece desconhecido, o que complica as estratégias de contenção.

O Prof. Paul Hunter, da Universidade de East Anglia, lembrou que um surto semelhante ocorreu no Congo em novembro/dezembro do ano passado, e indicou que o aumento da desnutrição pode estar agravando o impacto da doença.

Diante da falta de informações claras sobre a doença misteriosa do Congo, os especialistas reiteram a importância de investigação e monitoramento contínuos para enfrentar essa emergência de saúde pública.