A busca por exoplanetas, ou mundos que orbitam estrelas fora do nosso Sistema Solar, tornou-se uma emocionante área de pesquisa científica nas últimas décadas. O primeiro exoplaneta a ser identificado foi em 1992, mas a confirmação de um planeta orbitando uma estrela semelhante ao Sol só ocorreu em 1995. Essa descoberta foi tão significativa que rendeu o Prêmio Nobel de Física aos astrônomos suíços Michel Mayor e Didier Queloz, dando início a uma nova era de exploração no campo da astronomia.
Desde então, milhares de exoplanetas foram descobertos, com uma parte significativa dessas detecções atribuída ao telescópio Kepler, da NASA. Durante suas operações, o Kepler monitorou pequenas porções do céu, em busca de trânsitos planetários, que ocorrem quando a luz de uma estrela diminui brevemente devido à passagem de um planeta em sua frente.
A Jornada Até a Primeira Descoberta
Desde a década de 1980, diversos grupos de cientistas se dedicaram a localizar exoplanetas que orbitam estrelas semelhantes ao Sol. Durante esse período, vários candidatos foram considerados, mas muitos foram descartados, enquanto outros necessitaram de longas e meticulosas observações para serem confirmados.
O Primeiro Planeta Fora do Sistema Solar
O primeiro planeta em órbita de uma estrela diferente foi encontrado em 1992, mas a descoberta foi bastante singular. Os astrônomos Aleksander Wolszczan e Dale Frail estavam estudando o pulsar PSR B1257+12, localizado a aproximadamente 2.300 anos-luz da Terra. Pulsares são estrelas de nêutrons que emitem pulsos de ondas de rádio, e o objeto em questão deveria emitir luz a cada 0,006219 segundos. No entanto, os pesquisadores notaram que, por vezes, suas emissões pareciam fora de ritmo, mas ainda assim mantinham intervalos regulares.
Após uma série de análises, a dupla de cientistas concluiu que o pulsar era orbitado por dois planetas, que levavam 67 e 98 dias para completar uma órbita. Esses planetas eram tão excêntricos quanto o próprio pulsar, e a origem deles é fascinante: acredita-se que possam ser fragmentos de antigos mundos que foram destruídos ou expulsos após explosões estelares.
A descoberta desses planetas foi um marco, pois representou a primeira confirmação da existência de mundos fora do nosso Sistema Solar. Contudo, ainda faltava encontrar planetas orbitando estrelas da sequência principal, como nosso Sol. A resposta a essa busca veio em 1995.
A Descoberta do 51 Pegasi b
Em janeiro de 1995, Didier Queloz era um estudante de graduação na Universidade de Genebra, na Suíça, quando começou a trabalhar junto com seu orientador, Michel Mayor, na busca por exoplanetas. Utilizando o método da velocidade radial, eles conseguiram detectar o exoplaneta 51 Pegasi b, que se tornou o primeiro planeta a ser confirmado orbitando uma estrela semelhante ao nosso Sol.
Essa descoberta não apenas validou as teorias sobre a formação de planetas, mas também abriu novas possibilidades para a pesquisa astronômica, levando à identificação de diversos outros exoplanetas em anos subsequentes. Com o advento de novas tecnologias e telescópios, como o James Webb Space Telescope, a exploração de mundos além do nosso Sistema Solar continua a avançar, prometendo revelar ainda mais segredos sobre o universo.