Uma nova pesquisa conduzida por cientistas do IMT School for Advanced Studies, em Lucca, na Itália, trouxe à luz os fatores que afetam a capacidade de lembrar dos sonhos ao acordar. Publicado na revista científica Communications Psychology nesta terça-feira, dia 18, o estudo revelou as características individuais e os padrões de sono que desempenham um papel crucial nesse fenômeno.
A motivação para investigar o tema surgiu durante a pandemia de Covid-19, quando muitos relataram um aumento significativo na recordação de sonhos matinais. O estudo, que envolveu mais de 200 participantes com idades entre 18 e 70 anos, foi realizado entre 2020 e 2024. Os voluntários registraram seus sonhos diariamente por um período de 15 dias utilizando um gravador logo após acordarem.
Além disso, durante esse período, dados sobre o sono e capacidades cognitivas dos participantes foram monitorados por meio de dispositivos vestíveis e testes psicométricos. O autor principal da pesquisa, Giulio Bernardi, professor de psicologia geral na Escola IMT, explicou:
“Nossas descobertas sugerem que a lembrança dos sonhos não é apenas uma questão de acaso, mas um reflexo de como as atitudes pessoais, os traços cognitivos e a dinâmica do sono interagem.”
Fatores que Influenciam a Lembrança dos Sonhos
A pesquisa identificou quatro fatores principais que influenciam a capacidade de recordar os sonhos:
No início e no final do período em que os sonhos foram gravados, os participantes passaram por testes psicológicos e questionários que avaliavam diversos aspectos, como níveis de ansiedade, interesse em sonhos e a tendência à divagação mental, que é a propensão a se distrair de uma tarefa e se perder em pensamentos não relacionados.
Essas descobertas não apenas ampliam o entendimento sobre a lembrança dos sonhos, mas também ressaltam a complexidade da interação entre fatores psicológicos e fisiológicos que influenciam a experiência onírica.
