Fênix do Espaço: Satélites da NASA que Ressurgiram após Falhas

Fênix do Espaço: Satélites da NASA que Ressurgiram após Falhas

A órbita terrestre abriga atualmente mais de 9 mil satélites, incluindo diversas missões científicas da NASA e de outras agências espaciais. Estas espaçonaves são fundamentais para a coleta de dados essenciais sobre nosso planeta e os fenômenos que o afetam. No entanto, todas elas possuem uma vida útil limitada e, muitas vezes, enfrentam interrupções na comunicação ou falhas em seus instrumentos. Em meio a esse cenário, algumas missões conseguiram surpreender suas equipes ao retomar as atividades após períodos de inatividade.

Um exemplo notável é o satélite CIRBE (sigla para “Colorado Inner Radiation Belt Electron Experiment”). Lançado em 2023, o CIRBE cumpriu sua missão inicial, mas inesperadamente interrompeu suas atividades. O que realmente impressionou os cientistas foi que, mesmo após o esgotamento de sua bateria, o satélite conseguiu se reativar.

O segredo por trás dessa recuperação reside em seu computador de bordo, que desempenhou a função de reiniciar a espaçonave assim que a energia da bateria se esgotou.

Missões da NASA que Voltam à Vida

Confira abaixo algumas missões da NASA que surpreenderam os cientistas ao "ressuscitar" após falhas:

  • CIRBE: O Satélite que "Dormiu" Durante Tempestades Solares

O CIRBE foi projetado para monitorar partículas eletricamente carregadas no cinturão de radiação de Van Allen. Este cinturão é composto por partículas energéticas que formam "rosquinhas" ao redor da Terra e foi descoberto em 1958 pelo físico James Van Allen. O satélite coletou dados valiosos sobre a estrutura do cinturão, a ponto de sua missão ser estendida após seu término.

Contudo, o CIRBE parou de funcionar, levando os cientistas a acreditarem que sua missão havia chegado ao fim. A grande surpresa ocorreu em 23 de maio, quando o satélite enviou um sinal de volta à equipe, reativando-se por cerca de dois dias, até que caiu novamente em silêncio. Em junho, o CIRBE enviou uma nova comunicação e, dessa vez, ficou ativo novamente, embora não por muito tempo.

O que ocorreu foi que as tempestades solares de 2024 aumentaram o arrasto atmosférico sobre o satélite, fazendo com que ele mergulhasse na atmosfera terrestre e se transformasse em uma bola de fogo. Apesar disso, o CIRBE conseguiu capturar dados sobre os novos cinturões de radiação que se formaram ao redor do nosso planeta.

  • Satélite WISE: Uma Reinicialização de 13 Anos

Outro caso fascinante foi o do satélite IMAGE (Imager for Magnetopause-to-Aurora Global Exploration), também da NASA. Lançado em 2000, o IMAGE foi projetado para estudar os efeitos das tempestades solares na magnetosfera da Terra. O satélite operou por cinco anos, fornecendo dados científicos valiosos, mas em dezembro de 2005, a comunicação foi interrompida.

Surpreendentemente, em 2018, um radioastrônomo amador captou um sinal do IMAGE. Os cientistas confirmaram que a emissão realmente vinha do satélite e, ao recuperarem o controle, descobriram que o silêncio do IMAGE havia sido causado por um raio cósmico. A unidade de distribuição de energia (PDU) do satélite possuía dois lados; o raio atingiu o lado A, obrigando os cientistas a utilizarem o lado B para reativá-lo.

Esses casos exemplificam a resiliência e a capacidade de recuperação das missões da NASA, mostrando que, mesmo diante de falhas, a exploração espacial continua a surpreender e a fornecer dados cruciais sobre o nosso universo.