Nomofobia: O Medo de Ficar Sem Celular Também Afeta os Idosos

Nomofobia: O Medo de Ficar Sem Celular Também Afeta os Idosos

O cuidado com o uso excessivo de dispositivos eletrônicos é um tema que abrange diversas faixas etárias. Embora a atenção tenha sido predominantemente voltada para os jovens, a nomofobia, que é o medo de ficar longe do celular, também se tornou uma preocupação crescente entre os idosos. Reconhecer os sinais desse vício e adotar práticas saudáveis para mitigá-lo é essencial.

Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) revelou a presença da nomofobia em idosos durante um estudo realizado no ano passado. A investigação foi baseada na revisão de 142 artigos e abrangeu mais de dois milhões de indivíduos. Embora a maioria dos participantes fosse composta por adolescentes, nativos digitais, a quantidade de idosos afetados pela fobia de se desconectar do celular surpreendeu os pesquisadores.

O estudo levantou uma preocupação especial sobre os idosos que consomem conteúdos violentos na televisão, destacando as possíveis consequências para a saúde mental dessa população. Para os pesquisadores, reduzir o tempo de tela não é suficiente; é fundamental enriquecer o tempo fora dela, mantendo a mente ativa. Eles destacam que a falta de gerenciamento do tempo pode aumentar significativamente o estresse.

O que é Nomofobia?

A denominação "nomofobia" deriva da expressão em inglês No Mobile Phone Phobia, que traduzida significa o medo irracional de estar sem um telefone celular. Indivíduos que sofrem dessa condição enfrentam dificuldades para se desconectar, mesmo que por breves períodos.

Um estudo publicado na Journal of Family Medicine aponta que diversos fatores psicológicos estão envolvidos no uso excessivo de telefones celulares, como a baixa autoestima. A pesquisa observa:

"É muito difícil diferenciar se o paciente se torna nomofóbico devido ao vício em telefone celular ou se transtornos de ansiedade existentes se manifestam como sintomas nomofóbicos."
Isso se deve à semelhança dos sintomas entre as duas condições.

Como Identificar a Nomofobia

O estudo da UFMG elenca alguns sinais que podem indicar a presença da nomofobia, incluindo:

  • Alterações respiratórias;
  • Aumento da ansiedade ao ficar longe do celular;
  • Dificuldade em se concentrar em atividades que não envolvem o uso do telefone;
  • Sentimentos de solidão quando desconectados.

A complexidade da nomofobia torna o diagnóstico desafiador tanto para os familiares quanto para os profissionais de saúde, uma vez que seus sintomas se sobrepõem a outros transtornos mentais. Portanto, os pesquisadores afirmam que o diagnóstico deve ser realizado por exclusão.

Além disso, enfatizam a importância de restabelecer interações humanas reais, favorecendo conexões face a face em detrimento das virtuais. "Precisamos limitar nosso uso de telefones celulares em vez de proibi-los, pois é impossível escapar da força do avanço tecnológico", conclui o estudo sobre a nomofobia.

O alerta é claro: a nomofobia não é uma questão apenas de jovens; os idosos também precisam ser atendidos e orientados sobre os riscos do uso excessivo de tecnologia e a importância de vivenciar a realidade ao nosso redor.