Pesquisadores Desenvolvem Algoritmo que Usa Dados de Smartwatches para Prever Sintomas de Depressão

Pesquisadores Desenvolvem Algoritmo que Usa Dados de Smartwatches para Prever Sintomas de Depressão

Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Michigan, em colaboração com o Instituto Avançado de Ciência e Tecnologia da Coreia (KAIST), criou um inovador algoritmo capaz de prever sintomas de depressão com base em dados coletados por smartwatches.

A pesquisa, publicada no periódico NPJ, que integra a renomada revista científica Nature, utiliza informações como a frequência cardíaca e os estágios do sono, que são monitorados pelos dispositivos vestíveis, como parâmetros para a análise.

Com a utilização desses dados, o algoritmo é capaz de prever diversos sintomas associados à depressão, incluindo:

  • Distúrbios do sono
  • Alterações de apetite
  • Diminuição da concentração

Os autores do estudo destacam que, embora a interrupção do ciclo circadiano seja reconhecida como um possível fator que contribui para a depressão, sua influência no cotidiano ainda é pouco compreendida. O artigo enfatiza a importância de uma coleta de dados não invasiva em grandes populações para aprofundar a compreensão sobre os impactos desse distúrbio no ritmo natural dos indivíduos.

Para conduzir a pesquisa, a equipe analisou dados de aproximadamente 800 trabalhadores, abrangendo diferentes turnos e totalizando mais de 50.000 dias de registros coletados por dispositivos vestíveis. Com base nesses dados, foi desenvolvido um algoritmo matemático que, segundo os pesquisadores, pode demonstrar como a interrupção do ritmo circadiano serve como um biomarcador para prever o estado de humor das pessoas no dia seguinte, além de identificar alguns dos sintomas característicos da depressão.

"A interrupção do ciclo circadiano pode prever não apenas o humor, mas também os sintomas que afetam a qualidade de vida dos indivíduos", afirmam os autores do estudo.

Com essa pesquisa, os cientistas esperam não apenas contribuir para a detecção precoce da depressão, mas também abrir novas possibilidades para intervenções mais eficazes no tratamento da condição, utilizando a tecnologia já presente no cotidiano das pessoas por meio dos smartwatches.