Grandes inovações científicas são frequentemente atribuídas a indivíduos extraordinários, como se fossem escolhidos por forças divinas. No entanto, como realmente se desenrola o processo de evolução de um conceito científico? Essa indagação é comum quando tentamos decifrar a história da ciência. Em muitas tardes tranquilas do século XVII na Inglaterra, o jovem Isaac Newton, dotado de uma mente curiosa e inquieta, observava o mundo ao seu redor, buscando respostas para os enigmas do universo.
Saiba também: Será que interpretamos errado a 1ª Lei de Isaac Newton por 300 anos?
Embora a famosa história de que uma maçã caiu sobre sua cabeça possa ser mais uma lenda do que um fato, é inegável que Newton revolucionou completamente a física, especialmente com a sua célebre formulação da Lei da Gravitação Universal. Mas como ele realmente chegou a essa ideia que transformou a humanidade para sempre?
A Base do Pensamento de Newton
Antes da contribuição de Newton, a compreensão dos movimentos celestes e terrestres era fragmentada. O astrônomo Nicolau Copérnico havia desafiado a visão geocêntrica predominante ao sugerir um modelo heliocêntrico, colocando o Sol no centro do sistema solar. Johannes Kepler descreveu as órbitas planetárias em forma de elipses, enquanto Galileu Galilei realizou observações que apoiavam o heliocentrismo e estudou a aceleração de corpos em queda livre. Entretanto, ainda faltava uma explicação unificadora que ligasse os movimentos celestes e terrestres sob uma única lei.
No ano de 1665, uma epidemia de peste bubônica forçou o fechamento da Universidade de Cambridge, onde Newton estudava. Ele retornou à sua casa em Woolsthorpe, onde, durante esse período de isolamento, mergulhou em reflexões profundas sobre a ciência. “Foi nesse ambiente que ele começou a desenvolver suas ideias sobre cálculo, óptica e as forças que governam o movimento dos corpos”, afirma a tradição.
A Lenda da Maçã
A famosa narrativa de que Newton teria sido inspirado pela queda de uma maçã em sua cabeça surge de relatos posteriores. O amigo de Newton, William Stukeley, registrou uma conversa na qual Newton mencionou ter refletido sobre a gravidade ao observar uma maçã cair. Embora não haja evidências concretas que confirmem essa anedota, ela ilustra a maneira como Newton buscava explicações para fenômenos cotidianos e os conectava a princípios universais.
É possível que a história da maçã nunca tenha ocorrido, servindo apenas como uma metáfora para a busca de conhecimento. De qualquer forma, Newton fez longas ponderações sobre a força que fazia as maçãs e outros corpos caírem e se questionou se essa mesma força poderia se estender até a Lua, mantendo-a em órbita ao redor da Terra.
A Ideia da Gravidade
Newton propôs que a força que faz os objetos caírem na Terra e a força que mantém os planetas orbitando ao redor do Sol são, na verdade, a mesma: a gravidade. Ele chegou à ideia da gravitação ao comparar a aceleração da Lua em sua órbita com a aceleração de objetos em queda na superfície da Terra. Esse foi seu primeiro cálculo, embora fosse uma estimativa aproximada, repleta de incertezas.
Assim, a busca de Newton por respostas e sua habilidade de conectar diferentes fenômenos naturais culminaram em uma das teorias mais influentes da história da ciência, mudando para sempre a maneira como entendemos o universo.