Sonda Juno da NASA captura imagens impressionantes de tempestade colossal em Júpiter

Sonda Juno da NASA captura imagens impressionantes de tempestade colossal em Júpiter

A sonda Juno, da NASA, proporcionou aos cientistas uma visão sem precedentes de uma imponente tempestade em Júpiter, um fenômeno que foi registrado em novembro de 2021. Durante um sobrevoo a aproximadamente 5.700 km de altitude, a sonda conseguiu capturar detalhes notáveis dessa tempestade, que se estendia por cerca de 3.400 km, destacando a grandiosidade do maior planeta do Sistema Solar.

Durante sua passagem, a Juno coletou dados em diferentes comprimentos de onda da luz, incluindo luz visível, micro-ondas e infravermelho. O pesquisador Shawn Brueshaber, que liderou a análise dos dados, enfatizou a importância dessa observação: “Não tínhamos voado sobre outra tempestade em Júpiter com tantos detalhes”, afirmou.

Características da Tempestade

Uma das descobertas mais intrigantes sobre essa tempestade foi sua durabilidade. Segundo Brueshaber, “todos os modelos teóricos até agora que tentaram simular uma só tempestade as mostraram por algumas horas, não semanas”. Isso sugere que a tempestade possui características únicas que lhe conferem uma longevidade rara.

Os pesquisadores acreditam que essa persistência pode ser devida a uma elevada concentração de amônia e vapor d’água na atmosfera de Júpiter, além da relativa escassez de compostos que poderiam interferir no fenômeno. Esse processo é semelhante ao que ocorre na Terra, onde tempestades se formam e se mantêm através de grandes gradientes de vapor.

Estruturas Inéditas e Comparações com a Terra

Além disso, a tempestade rica em amônia pode gerar estruturas curiosas, parecidas com “bolas de lama” compostas de amônia e água, que descem pela atmosfera joviana. Os cientistas também notaram que essa tempestade não apresenta relação com outros fenômenos que ocorrem nas camadas mais profundas da atmosfera de Júpiter.

Essa análise indica que a tempestade observada é distinta da Grande Mancha Vermelha, que é a maior tempestade do Sistema Solar e está contida em uma camada meteorológica própria. “Estamos começando a entender como a mecânica das tempestades de raios pode funcionar em uma atmosfera dominada por hidrogênio”, comentou Brueshaber. “Estamos descobrindo que talvez elas sejam mais parecidas com [as tempestades da] Terra do que pensávamos”, concluiu.

O estudo detalhando essas descobertas foi publicado na revista científica Icarus, contribuindo para um conhecimento mais profundo sobre a dinâmica atmosférica em Júpiter e suas tempestades impressionantes.