Embora a temperatura marcada em um termômetro possa ser a mesma em diferentes lugares, a sensação de calor que sentimos varia bastante. Essa diferença é notavelmente influenciada pela umidade do ar, que pode intensificar a percepção do calor, especialmente durante os meses de verão. Com a frequência das chuvas nesta estação, a umidade relativa do ar aumenta, tornando os dias quentes ainda mais desconfortáveis.
O Dr. Adriano Magajevski, médico cardiologista do Hospital Sugisawa, esclarece: “Se formos para a Amazônia, onde o ar é mais úmido, sentiremos mais calor do que no interior de São Paulo, onde a temperatura nominal pode estar mais alta, mas o clima é mais seco.” Essa diferença de percepção é um fenômeno comum, especialmente em regiões tropicais, onde a umidade é uma constante.
Temperatura do bulbo úmido: um indicador chave
A temperatura do bulbo úmido é um conceito fundamental para entender essa sensação térmica. Trata-se da temperatura medida em uma superfície úmida, levando em consideração não apenas a temperatura do ar, mas também a umidade relativa e a pressão atmosférica. Esse indicador é crucial para avaliar o conforto térmico e os riscos que o calor extremo pode representar, que, em situações adversas, pode até ser fatal.
Um estudo apresentado por pesquisadores da NASA chama a atenção para o impacto do aumento da temperatura do bulbo úmido nas condições de vida no planeta. Com o aumento das temperaturas, algumas regiões poderão se tornar inabitáveis durante eventos climáticos extremos.
O que acontece com o nosso corpo?
O corpo humano regula sua temperatura através do suor, uma mistura de água e sais minerais, que é liberada pelas glândulas sudoríparas quando a temperatura interna se eleva. Esse processo de evaporação é fundamental para evitar o superaquecimento. No entanto, em condições de alta umidade, a evaporação do suor se torna mais lenta, o que prejudica a capacidade do corpo de se resfriar eficientemente.
Com a presença de uma alta umidade, o suor forma uma camada de água sobre a pele, criando uma "barreira" que dificulta a evapotranspiração. Como resultado, o calor se acumula na superfície da pele por mais tempo, aumentando a sensação térmica. Por outro lado, em um ambiente quente e seco, o suor evapora rapidamente, permitindo que o corpo se resfrie com eficiência e levando à impressão de que a temperatura está mais amena.
Cuidados para evitar a desidratação
Independentemente do tipo de calor, a desidratação é um risco que se agrava com o aumento das temperaturas. Assim, é essencial manter-se hidratado, consumindo água e outros líquidos, além de incluir na dieta alimentos ricos em água, como saladas, legumes e frutas. Esses cuidados são fundamentais para garantir a saúde e o bem-estar durante os dias mais quentes.