Intel defende suas CPUs x86 como superiores às ARM em PCs voltados para Inteligência Artificial

Intel defende suas CPUs x86 como superiores às ARM em PCs voltados para Inteligência Artificial

Nos debates sobre AI PCs, que são notebooks equipados com hardware otimizado para Inteligência Artificial, as CPUs Qualcomm Snapdragon X têm ganhado destaque por serem os primeiros chips ARM a rodar em sistemas Windows. Apesar do crescente interesse, essa tecnologia ainda está em desenvolvimento e enfrenta algumas incompatibilidades. Em contrapartida, a Intel assegura que suas soluções x86 funcionam de forma eficaz em máquinas destinadas a este segmento.

Para entender melhor essas questões, o Geração Beta conversou com Tiago Velasquez, gerente de contas e especialista em soluções técnicas para empresas e governo da Intel na América Latina. A conversa focou na crescente atenção voltada para a ARM no ambiente Windows e como a Intel contesta o papel central da Qualcomm neste nicho de mercado.

Desempenho em IA e a Métrica TOPS

Cabe ressaltar que, além da entrada da Qualcomm em sistemas Windows, outro ponto de consideração são os TOPS, uma unidade de medida utilizada para avaliar o desempenho em IA de um hardware, que pode incluir NPU, CPU ou GPU. Essa métrica é especialmente relevante para processadores como Lunar Lake da Intel e Strix Point da AMD, especialmente considerando o foco da Microsoft e da utilização do Copilot nas CPUs da Qualcomm.

Tiago esclarece que "o TOPS é uma métrica teórica, mas percebo que o mercado, de maneira geral, não compreende completamente o que essa medida representa. Trata-se de um cálculo que expressa quantas operações por segundo um processador, uma NPU, ou uma GPU podem realizar". Ele continua: "Quando discutimos IA, houve uma ênfase significativa nos 40 TOPS da NPU, especialmente no meio corporativo e entre consumidores, impulsionada pela Microsoft com o Copilot Plus. Atualmente, a NPU, por ser uma tecnologia nova, acaba sendo a menos utilizada entre as engines de IA. Estudos da Intel indicam que, no cenário atual, as aplicações utilizam cerca de 20% da NPU, aproximadamente 40% da CPU e cerca de 30% da GPU."

Com a segunda geração dos Core Ultra (Lunar Lake), a Intel apresentou um desempenho total em TOPS do chip, sem dividi-lo entre as diferentes arquiteturas. Tiago afirma que a expectativa da empresa é que essa gama diversificada de núcleos proporcione um desempenho equilibrado em IA ainda neste ano. Vale lembrar que a Intel já planeja o lançamento da arquitetura Panther Lake, que deve incluir os futuros Core Ultra 300, para 2025.

Otimização de Software: Uma das Forças da Intel

Para aqueles que acompanham a indústria de hardware, é evidente que a Intel tem dominado o mercado de processadores por muitos anos. No entanto, essa situação começou a mudar com a chegada dos AMD Ryzen em 2017. Por ser uma das principais empresas do segmento, é natural que os desenvolvedores concentrem suas atenções nas soluções da Intel, visando otimizações para suas arquiteturas.

Tiago Velasquez enfatiza: "A Intel sempre trabalhou de forma intensa em colaboração com os ecossistemas e seus parceiros para desenvolver tecnologias que realmente façam a diferença". Ele complementa: "Temos um vasto ecossistema de soluções otimizadas para a arquitetura Intel, já incluindo as NPU dos Core Ultra."

Dessa forma, a Intel se posiciona fortemente no mercado de AI PCs, defendendo suas soluções x86 como a escolha mais eficaz para o desempenho em Inteligência Artificial, enquanto a competição com a ARM continua a evoluir.