Os céus estão se tornando cada vez mais perigosos? Essa é a pergunta que muitos têm se feito, especialmente após uma série de acidentes aéreos que ocorreram recentemente no Brasil e pelo mundo. O aumento na frequência desses incidentes tem levado alguns viajantes a reconsiderar suas opções de transporte.
No Brasil, um dos acidentes mais impactantes aconteceu em 7 de fevereiro, quando uma aeronave de pequeno porte caiu em uma movimentada avenida de São Paulo, resultando na morte de duas pessoas. Apenas um mês antes, um acidente similar em Ubatuba, também em São Paulo, causou a morte do piloto.
Internacionalmente, o mês de janeiro trouxe uma tragédia ainda maior: uma colisão entre um avião da American Airlines e um helicóptero do Exército dos Estados Unidos em Washington D.C. resultou em 67 vítimas fatais. Em fevereiro, um incidente envolvendo o voo 4819 da Delta Airlines teve um desfecho diferente, com a aeronave capotando após um pouso forçado em Toronto, no Canadá, embora todos os ocupantes tenham saído ilesos.
Mas será que realmente houve um aumento nos acidentes aéreos, ou isso é apenas uma impressão? Para esclarecermos essa dúvida, reunimos dados significativos sobre o tema.
Dados sobre Acidentes Aéreos no Brasil
De acordo com informações do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), o Brasil registrou um total de 1.569 acidentes aéreos entre janeiro de 2015 e 7 de fevereiro de 2025. A tendência é de aumento desde 2022, que teve 138 acidentes e 49 mortes.
No ano seguinte, 2023, os números subiram para 155 acidentes e 77 óbitos. Em 2024, os dados indicaram um alarmante registro de 175 desastres aéreos, resultando em 152 fatalidades, os maiores índices desde 2015. Isso demonstra que, de fato, os acidentes aéreos no Brasil estão se tornando mais frequentes, especialmente entre aeronaves particulares, conforme apontado pelo site UOL.
A maioria dos acidentes relatados nos últimos anos está relacionada à chamada “aviação executiva” ou “aviação geral”, que abrange todos os tipos de aeronaves que não operam em voos regulares ou militares. Quase metade dos desastres aéreos no Brasil, entre 2015 e o início de 2025, corresponde a aviões utilizados exclusivamente por seus proprietários, totalizando 727 ocorrências.
É importante destacar que esses voos podem operar em todos os aeroportos do Brasil, incluindo aqueles com infraestrutura precária, o que aumenta os riscos de acidentes. Em contrapartida, os voos comerciais têm restrições que os obrigam a operar apenas em aeroportos bem equipados e seguros, com torres de controle e fiscalizações frequentes nas pistas.
Acidentes Aéreos no Cenário Internacional
No cenário internacional, a situação é um pouco diferente. Dados do National Transportation Safety Board (NTSB) revelam uma queda geral nos acidentes aéreos nos Estados Unidos ao longo dos últimos 20 anos, mesmo com o aumento significativo no número de voos.
Embora janeiro de 2024 tenha registrado 80 acidentes aéreos, o número de 62 acidentes em janeiro deste ano foi inferior a esse total, e também ficou abaixo do recorde anterior de menor quantidade de acidentes aéreos para o mês, que foi de 70 em 2012. Assim como no Brasil, os voos privados são responsáveis pela maior parte dos incidentes registrados.
Com base nesses dados, é evidente que a questão do aumento dos acidentes aéreos é complexa e multifacetada, refletindo tanto a realidade do setor quanto a percepção pública. Enquanto alguns países apresentam uma tendência de queda, outros, como o Brasil, enfrentam desafios que demandam atenção e medidas efetivas para garantir a segurança nos céus.