Cientistas chineses anunciaram a criação de uma tecnologia inovadora capaz de detectar aeronaves com características de furtividade, incluindo os avançados caças F-35 dos Estados Unidos, a uma distância impressionante de quase 2.000 km. A informação foi revelada pelo South China Morning Post (SCMP) nesta terça-feira, 11 de outubro.
O sistema, que foi desenvolvido por pesquisadores do Instituto de Óptica, Mecânica Fina e Física de Changchun (CIOMP), opera em conjunto com drones do tipo dirigível, que conseguem flutuar a altitudes superiores a 20 km. A tecnologia se destaca por sua capacidade de analisar as assinaturas infravermelhas de jatos de combate, como o modelo de última geração da Força Aérea americana.
Os cientistas identificaram que o revestimento de absorção de radar e a superfície externa do F-35 resfriaram-se a uma média de 7,85 ºC, o que dificulta a detecção por métodos tradicionais. Por outro lado, a coluna de exaustão do motor atinge temperaturas significativamente mais altas, emitindo radiação infravermelha de onda média com intensidade três vezes superior à da fuselagem.
Funcionamento do Sistema
Os pesquisadores do CIOMP concentraram seus esforços na faixa de onda de 2,8 a 4,3 micrômetros, onde a interferência atmosférica é reduzida, permitindo a captação do calor emitido pelas aeronaves. Utilizando detectores de mercúrio-cádmio-telureto e telescópios de 300 mm de abertura acoplados ao drone dirigível não tripulado, a equipe conseguiu identificar a assinatura térmica traseira do F-35 a mais de 1.800 km de distância.
Os responsáveis pelo sistema afirmam que sua eficácia é maximizada quando a aeronave é observada de lado ou de trás, permitindo a detecção em maiores distâncias. No entanto, quando o caça é avistado frontalmente, a detecção se limita a 350 km, devido ao menor perfil de calor nessa direção.
Possibilidades Futuras
A pesquisa sugere que constelações de drones dirigíveis poderiam eliminar "pontos cegos" e aumentar ainda mais o alcance de detecção. Outra perspectiva seria a formação de frotas maiores compostas por drones menores, com o objetivo de monitorar áreas estratégicas do espaço aéreo chinês.
Entretanto, o instituto que desenvolve o programa espacial e de mísseis da China observou que o sistema enfrenta alguns desafios, como a necessidade de utilizar aeronaves grandes e lentas, o que pode facilitar sua identificação e torná-las alvos vulneráveis.
É importante destacar que a tecnologia de detecção dos caças F-35 desenvolvida pela China foi testada apenas em simulações de combate. Se comprovada sua eficácia em situações reais, este avanço poderia revelar uma vulnerabilidade significativa nos jatos militares dos EUA.