Incêndio de carro híbrido em SP levanta debate sobre segurança em recargas elétricas

Incêndio de carro híbrido em SP levanta debate sobre segurança em recargas elétricas

Na noite da última quarta-feira (26), um carro híbrido pegou fogo enquanto estava carregando na garagem de um condomínio em Presidente Prudente, no interior de São Paulo. Este incidente reacende o debate sobre a segurança no uso de tomadas domésticas para recarregar veículos eletrificados, uma prática que pode apresentar riscos se não for realizada com os devidos cuidados.

As investigações sobre o caso ainda estão em andamento e, segundo informações obtidas pela reportagem do CT Auto, um comitê da ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico) será convocado para auxiliar nas apurações. Os representantes da ABVE devem viajar ao interior de São Paulo nesta sexta-feira (28) para realizar uma análise mais detalhada do local onde ocorreu o acidente.

O CT Auto entrevistou Thiago Castilha, sócio-diretor da E-wolf Carregadores, uma empresa reconhecida no setor e que mantém parcerias significativas com a BYD e a Raizen Power. Castilha compartilhou sua análise sobre o que pode ter causado o incêndio e ofereceu orientações sobre como evitar que situações semelhantes ocorram no futuro.

Embora não tenha afirmado categoricamente a causa do incêndio, Castilha enfatizou que “sem investigações, são muitas variáveis e fica difícil afirmar o que houve”. Ele destacou, no entanto, um ponto crucial que os proprietários de veículos elétricos ou híbridos devem considerar: a necessidade de evitar a chamada “economia burra” ao preparar a instalação elétrica para recarga.

Risco de incêndios em veículos eletrificados

Antes de se aprofundar no incêndio em Presidente Prudente, Castilha fez questão de esclarecer que o risco de incêndios em carros eletrificados é, na verdade, significativamente menor em comparação aos veículos a combustão. “O índice de risco de incêndio, comparando a combustão, híbrido e elétrico, mostra que o primeiro com mais risco é o carro a combustão. O carro híbrido vem em segundo e, por último, o elétrico. O problema é que, quando um carro híbrido ou elétrico pega fogo, devido à bateria, é um pouco mais complicado de apagar”, explicou.

A importância de uma instalação elétrica adequada

Sem entrar no mérito das responsabilidades pelo incêndio, o especialista apontou um problema recorrente: a falta de cuidado com a instalação elétrica. “O fato de estar carregando enquanto pegou fogo é aquilo que a gente sempre conversa: estava carregando em uma tomada com a instalação adequada, mesmo com carregador portátil? A gente sempre indica que seja feita a instalação de uma proteção mínima, que é um disjuntor com Anti Surto. Assim dá para garantir a segurança do usuário e do veículo”, sugeriu Castilha.

O executivo lamentou que muitos proprietários de veículos eletrificados plug-in não considerem a importância de uma instalação elétrica apropriada e frequentemente optem pelo que ele chamou de “economia burra”. “O que acontece na prática? O usuário compra um carro de 400, 500 mil reais e não valoriza o custo-benefício de fazer uma instalação segura”, concluiu.

Este incidente serve como um alerta para a necessidade de cuidados redobrados ao recarregar veículos elétricos e híbridos, especialmente em ambientes residenciais, onde a segurança elétrica deve ser uma prioridade.