Na edição de fevereiro do periódico Journal of Molecular Liquids, um estudo inovador revelou um novo tipo de slime que é capaz de gerar eletricidade quando é espremido. As potenciais aplicações dessa invenção abrangem desde a medicina até contribuições para a produção de energia limpa.
Pesquisadores da Universidade de Guelph, no Canadá, explicam que esse slime possui a capacidade de formar diferentes estruturas em nível microscópico, permitindo sua organização em camadas ou colunas. Ao se aplicar um campo elétrico, a estrutura do material pode ser alterada, o que abre um leque de possibilidades de uso.
Entre as sugestões apresentadas pelos autores do estudo, destaca-se a ideia de incorporar o slime em pisos, onde sua capacidade de gerar eletricidade poderia ser aproveitada a cada passo dado pelas pessoas. Além disso, outra aplicação interessante seria a utilização do slime em palmilhas, possibilitando a análise da forma como os usuários caminham.
Inovações na robótica
As aplicações não param por aí. Os próprios pesquisadores encorajam o uso do slime como uma forma de pele sintética em robôs, permitindo que eles aprendam mais sobre o tato. Essa proposta é semelhante ao que já é feito com peles de gel em robôs atualmente. Um exemplo de inovação nesse sentido é uma espuma inteligente que já contribuiu para o aprimoramento das capacidades táteis da robótica.
Potencial na medicina
Além de suas promessas na área da energia e robótica, as propriedades desse novo material também podem ser úteis na medicina. Segundo os pesquisadores, o slime pode ser projetado para administrar medicamentos específicos no organismo. O funcionamento seria simples: a estrutura inicial do slime conteria uma substância farmacêutica e, ao ser submetido a um campo elétrico, alteraria sua estrutura para liberar o medicamento desejado.
Composto por materiais totalmente naturais e compatíveis com o corpo humano, o slime é formado por 90% de água, enquanto os 10% restantes consistem em ácido oleico e aminoácidos. Essa composição torna o material promissor para aplicações médicas.
Desafios futuros
No entanto, os pesquisadores alertam que o slime ainda está em fase inicial de desenvolvimento e há muito trabalho pela frente. "Nossa pesquisa futura analisará o efeito da temperatura nas interações e automontagem, em relação às propriedades ferroelétricas dos materiais", conclui o artigo científico, enfatizando a necessidade de mais estudos antes que essa tecnologia possa ser amplamente utilizada.
"Ainda há uma longa trajetória científica pela frente para que o slime possa ser utilizado na prática", afirmam os pesquisadores.