Por Fernando Arditti, vice-presidente e gerente-geral da WSO2 na América Latina
A transformação digital está em plena ascensão, especialmente no setor financeiro brasileiro. Com a crescente busca por operações mais eficientes, ágeis e seguras, os bancos estão adotando novas tecnologias que promovem a inovação. Nesse contexto, os microsserviços surgem como uma solução estratégica, trazendo benefícios significativos para a personalização e a segurança dos serviços oferecidos.
Estudos recentes da Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN) revelam que, em 2024, os investimentos em tecnologia por parte das instituições financeiras brasileiras atingiram a impressionante marca de R$ 47,4 bilhões, um crescimento de 21% em relação ao ano anterior. Esse aumento substancial demonstra o comprometimento das instituições em melhorar a experiência do cliente, reforçar a resiliência operacional e garantir a segurança dos dados, aspectos cruciais em um setor que lida com um volume elevado de transações sensíveis diariamente.
Microsserviços: Um Pilar da Modernização
A implementação de microsserviços na arquitetura digital das instituições financeiras traz uma nova era de oportunidades. Essas soluções têm se consolidado como um dos principais pilares da modernização bancária, proporcionando:
Essa abordagem é particularmente vantajosa para pequenos e médios bancos, além das fintechs, que enfrentam o desafio de competir com grandes instituições que dispõem de estruturas digitais mais robustas. Ao adotarem microsserviços, esses bancos conseguem aumentar a agilidade nas operações e reduzir custos, acelerando a inovação e tornando-se mais eficientes.
Desafios da Integração
No entanto, a transição para uma arquitetura de microsserviços não é isenta de desafios. A complexidade técnica é um dos principais obstáculos que muitas instituições enfrentam no Brasil. A gestão e a integração eficaz dos serviços requerem soluções que garantam a integridade e a consistência dos dados, mesmo quando dispersos entre diferentes áreas de negócio. Isso implica a necessidade de sistemas robustos para armazenamento e sincronização de informações.
Além disso, a comunicação entre os microsserviços, muitas vezes realizada através de estruturas orientadas a eventos, requer uma orquestração eficiente. Ferramentas adequadas são essenciais para assegurar que todas as funcionalidades se integrem de maneira fluida, evitando falhas que possam comprometer a operação. Nesse cenário, as APIs desempenham um papel crucial na transformação digital, facilitando o compartilhamento de dados e a interconexão entre serviços.
Plataformas especializadas que apoiam na criação, gerenciamento e segurança de APIs, bem como sistemas de autenticação e proteção de identidades digitais, são fundamentais para manter a segurança em um ambiente cada vez mais complexo e dinâmico.
Em suma, a adoção de microsserviços não é apenas uma tendência, mas uma necessidade estratégica para as instituições financeiras brasileiras que buscam se destacar em um mercado competitivo e em constante evolução.