Isabel Lacambra, vice-presidente de estratégia e operações da empresa espanhola de inteligência artificial (IA) Luzia, compartilha uma visão otimista sobre a presença feminina no mercado tecnológico. Após quase dois anos na companhia, ela afirma que “as barreiras de entrada para mulheres no setor de inteligência artificial nunca estiveram tão baixas. Hoje, aprendemos enquanto trabalhamos com a IA”, destaca.
A Luzia, assistente digital lançada há dois anos, conta com Isabel Lacambra em uma posição de liderança há 10 meses, após sua chegada à empresa em junho de 2024. O chatbot, que segue o modelo do ChatGPT, está disponível para download nas principais lojas de aplicativos e oferece diversas personalidades, incluindo a professora, a amiga, a íntima, a estilista e até mesmo uma versão masculina, chamada “Elias”.
“Desenvolvemos a Luzia para que ela elimine a lacuna da tecnologia entre homens e mulheres e traga a perspectiva feminina para que possamos ouvi-las e incorporar suas demandas no chatbot”, explica Natalia Solano, líder de produto da Luzia.Natalia, formada em engenharia industrial, também ocupa um cargo de liderança na empresa. Ela menciona que sua formação a deixou em um dilema entre as habilidades técnicas e as competências corporativas, mas esse desafio a motivou a tornar-se “uma pessoa que sabe de tudo um pouco graças à IA.”
“Ela rastreia e testa tudo o que está sendo lançado. Isso inspira e é importante poder compartilhar a liderança com outra mulher com formação profissional semelhante e interessada no setor”, acrescenta Isabel Lacambra, que tem formação e especialização em administração de negócios. Isabel recorda que seu primeiro contato profissional com a IA ocorreu quando começou a trabalhar na Luzia.
Mulheres: Agentes de Mudança na Construção da IA
A assistente digital Luzia enfatiza a importância da presença feminina no desenvolvimento de novas tecnologias, afirmando que “mulheres promovem sistemas de IA mais equilibrados e justos”. Este ponto foi destacado por Isabel Lacambra ao discutir o papel das mulheres no setor.
De acordo com Isabel, a presença de líderes femininas contribui para um ambiente mais colaborativo e para a democratização da inteligência artificial. “O público da Luzia é composto por 80% de mulheres, e nosso objetivo é garantir que a nossa IA seja integrada na vida pessoal e profissional delas de diversas maneiras”, afirma.
A vice-presidente também ressalta que a IA proporciona oportunidades para que as mulheres acelerem suas carreiras e ocupem espaços que antes eram dominados por homens. Ela menciona que áreas tradicionalmente técnicas estavam repletas de profissionais masculinos, mas que agora, com o acesso à inteligência artificial e a novas tecnologias, as mulheres têm a chance de se capacitar e estar presentes nesses ambientes.
Corrigindo Vieses e Promovendo Inclusão
Além disso, a especialista em política e compliance de IA ressalta que as mulheres têm um ímpeto natural para corrigir os vieses presentes nos sistemas de IA. Este aspecto se torna fundamental para garantir que as tecnologias desenvolvidas sejam justas e inclusivas, refletindo a diversidade da sociedade.
Assim, a trajetória de liderança de mulheres na Luzia não apenas representa uma vitória pessoal, mas também um passo significativo para a transformação do setor de tecnologia, promovendo um futuro mais igualitário e acessível, onde todos possam se beneficiar das inovações em inteligência artificial.
