Em uma operação de combate ao tráfico de drogas, um caça da Força Aérea Brasileira (FAB) abateu um avião envolvido no narcotráfico próximo à fronteira com a Venezuela. O incidente ocorreu em 11 de fevereiro deste ano e é parte de uma ação coordenada entre o Comando de Operações Aeroespaciais do Brasil (COMAE) e a Polícia Federal.
Conforme informações divulgadas pelos militares, a aeronave que foi abatida invadiu o espaço aéreo brasileiro sem qualquer identificação. A FAB seguiu seu procedimento padrão, tentando solicitar que o avião pousasse, mas não obteve sucesso nas tentativas de contato. O intercepto foi realizado por um Embraer A-29 Super Tucano, que não recebeu resposta do avião invasor.
Devido à falta de resposta, a aeronave foi classificada como hostil segundo a legislação brasileira. Antes do abatimento, o caça da FAB efetuou disparos de advertência, mas esses também não surtiram efeito. Diante dessa situação, a Aeronáutica decidiu partir para a última fase do protocolo, que consiste em disparos com a intenção de impedir a continuidade do voo da aeronave suspeita.
O resultado foi o abatimento do avião, que caiu em uma área da floresta amazônica, nas proximidades de Manaus, no estado do Amazonas. Logo após a queda, um helicóptero Black Hawk das forças de segurança brasileiras localizou a aeronave abatida, assim como os corpos dos dois ocupantes e a carga de drogas que estava sendo transportada.
Embraer A-29 Super Tucano: Um Orgulho Nacional
O A-29 Super Tucano é um dos aviões de combate mais reconhecidos da Embraer. Em produção desde 2004, este modelo representa uma evolução do antigo Tucano, que foi desenvolvido nos anos 1980. A aeronave brasileira possui diversas melhorias em relação ao modelo original, tornando-se uma peça fundamental nas operações da FAB.
Entre as inovações implementadas, destaca-se uma nova aviônica, que inclui:
- Painel com duas telas digitais
- Head Up Display (HUD)
- Sistema HOTAS, que permite ao piloto controlar todas as fases do voo sem soltar o manche
Outras características importantes incluem:
- Óculos de visão noturna
- Sensor infravermelho de visão à frente
- Sistema de navegação integrado
- Comunicações de rádio com criptografia
A velocidade máxima de cruzeiro do A-29 Super Tucano é de 520 km/h, com um teto de serviço que atinge 10.665 m. O raio de combate da aeronave é de 550 km.
Além de ser utilizado pela Força Aérea Brasileira, o Super Tucano é empregado por 14 forças aéreas ao redor do mundo. Entre os países que utilizam essa aeronave estão os Estados Unidos, Chile, Uruguai e Portugal.
O uso do caça brasileiro vai além das operações de combate, como demonstrado no abatimento do avião de tráfico. O A-29 Super Tucano também é amplamente utilizado em treinamentos, devido às suas características que facilitam a realização de manobras complexas.